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Call center da fé: quadrilha cobrava até R$ 1,5 mil por orações

Os atendentes, contratados por anúncios em sites de vagas, eram orientados a se passar por um pastor e fazer orações

A Polícia Civil do Rio de Janeiro desarticulou, nesta quarta-feira (24/9), um esquema que transformou a fé em negócio milionário. Batizada de Operação Blasfêmia, a ação da 76ª DP (Niterói), em conjunto com o Ministério Público, cumpriu mandados contra um grupo acusado de criar uma central de telemarketing religioso para enganar fiéis com orações, falsas promessas de cura e milagres.

Os valores variavam de R$ 20 a R$ 1,5 mil, de acordo com o “tipo de oração” oferecida. Com estrutura empresarial, os criminosos estipulavam metas de arrecadação para os atendentes, que recebiam comissões proporcionais ao dinheiro obtido. Quem não alcançava os valores mínimos era demitido.

A primeira fase da apuração começou em fevereiro, quando agentes flagraram 42 pessoas atendendo vítimas em tempo real dentro do call center. Na ocasião, foram apreendidos 52 celulares, seis notebooks e 149 chips de telefonia, além de registros que comprovam a fraude.

O material analisado mostrou que a quadrilha atuava em escala nacional e já havia movimentado mais de R$ 3 milhões em dois anos. Para dificultar o rastreamento, o grupo usava contas bancárias de laranjas e empresas de fachada.

O líder religioso e outros 22 integrantes foram denunciados. O pastor, apontado como cabeça da organização, foi colocado em monitoramento por tornozeleira eletrônica. As investigações continuam para identificar novas vítimas e eventuais cúmplices.

Metrópoles

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