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Operação “Face Oculta” afasta vereador de Porto Velho e expõe esquema milionário de “RACHADINHA”

Ação da Draco e do Ministério Público cumpre 24 mandados e investiga desvio de salários de assessores na Câmara Municipal

A manhã desta sexta-feira dia 10 de outubro foi marcada por uma grande movimentação policial no parlamento da capital. A Polícia Civil de Rondônia, por meio da 2ª Delegacia de Repressão ao Crime Organizado, deflagrou a Operação “Face Oculta”, que teve como principal alvo o vereador Thiago dos Santos Tezzari, suspeito de envolvimento em um esquema de corrupção e lavagem de dinheiro dentro da estrutura do Legislativo municipal. A ação foi executada com apoio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado do Ministério Público (GAECO), com o cumprimento de 24 mandados de busca e apreensão em diferentes pontos da cidade de Porto Velho, incluindo o gabinete do Vereador, residências e empresas ligadas a ele e a seus assessores.

De acordo com as investigações, o esquema seguia o modelo conhecido como “rachadinha”, prática em que servidores comissionados devolvem parte do salário ao  político que os nomeou. A suspeita é que parte significativa da remuneração dos assessores do parlamentar fosse desviada mensalmente, com movimentações financeiras que indicam tentativa de ocultar a origem e o destino do dinheiro.

A Justiça determinou o afastamento imediato de  Tezzari e de todos os assessores investigados, por um período inicial de 30 dias, enquanto a Polícia Civil e o Ministério Público aprofundam a apuração sobre o caminho dos valores e possíveis ramificações do esquema de corrupção.

O nome da operação, “Face Oculta”, foi escolhido justamente para representar o caráter disfarçado das transações, que teriam como objetivo esconder o verdadeiro beneficiário dos recursos desviados. As buscas realizadas nesta manhã resultaram na apreensão de documentos, computadores, aparelhos celulares e extratos bancários, que agora passam por análise pericial.

A Draco informou que as investigações começaram há cerca de três meses, após denúncias formais e coleta de informações sobre movimentações incompatíveis com os rendimentos declarados pelos envolvidos. Segundo a corporação, o caso se enquadra nos crimes de peculato e lavagem de capitais, ambos previstos no Código Penal brasileiro.

Em nota, a Polícia Civil reafirmou o compromisso de continuar enfrentando a corrupção e o uso indevido de recursos público. A operação deve seguir com novas diligências nos próximos dias, podendo alcançar outros agentes públicos e empresas envolvidas no suposto esquema de corrupção na capital.

Com o afastamento, o cargo de Thiago dos Santos Tezzari ficará temporariamente fora do mandato da Câmara de Porto Velho, que ainda não se manifestou oficialmente sobre o caso. Nos bastidores, o clima é de apreensão entre vereadores e servidores, já que esta é a segunda operação da Draco em menos de um mês envolvendo agentes políticos de Porto Velho.

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