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Vinícius Miguel analisa crise de representatividade e destaca desafios para a eleitorais em Rondônia

Porto Velho (RO) — Em debate realizado no podcast Põe na Bancada, o professor e dirigente partidário Vinícius Miguel participou de uma ampla análise sobre o quadro da política nacional e estadual.

No diálogo, Miguel focalizou o desgaste dos partidos, a falta de renovação nos quadros políticos e o papel da esquerda em tempos de fragmentação.

“Precisamos constantemente reinventar as formas de participação”

Miguel abriu sua participação apontando o que vê como uma crise de representatividade: “A gente precisa constantemente reinventar as formas de participação”, disse ao comentar o modelo democrático reduzido à mera “escolha periódica de representantes”.

Ele criticou a persistência de “pequenas corporações” no Parlamento e chamou atenção para a “crise dos partidos políticos”.

Democracia interna dos partidos sob a lente

Questionado sobre o funcionamento interno das legendas, Miguel destacou um problema estrutural: “São poucos os partidos que fazem eleições periódicas para suas lideranças.”

Ele criticou ainda a proliferação de novas nomenclaturas partidárias como forma de “desfocar” identidades políticas: “Os partidos não querem se chamar de partidos.”

Esquerda e direita: categorias em transição

No debate sobre as definições de “esquerda” e “direita”, Miguel fez uma síntese: “A direita é associada a menos Estado e primazia da liberdade; a esquerda, a mais Estado e primazia da igualdade.”

Contudo, ele alertou: “Essas categorias hoje são absolutamente complexas”, incluindo contradições nas áreas de costumes e políticas públicas.

Sobre o “Estado mínimo”: contradições visíveis

Miguel também abordou a lógica do “Estado mínimo”, ressaltando que, na prática, ele nunca aparece plenamente:

> “Esse Estado nunca se torna mínimo… no recrudescimento do uso da violência estatal contra pobres.”

Ele ainda ressaltou a contradição que vê no fato de que, enquanto se fala em reduzir a atuação estatal, persistem as isenções fiscais para grandes bancos e setores econômicos privilegiados.

 

Reflexões sobre fé, política e discursos binários

No bloco que tratou da intersecção entre religião e política, Miguel criticou a lógica binária que facilita respostas simplificadas:

“O funcionamento de pensamento pode ser muito binário, o que facilita respostas muito diretas, muito objetivas sem exigir reflexão.”

Ele invocou a parábola bíblica dos vendilhões do templo ao afirmar que usar a fé para fins políticos ou eleitorais representa um desvirtuamento desse espaço.

A democracia em Rondônia: fragilização e necessidade de profissionalização

Encerrando sua participação, Miguel falou sobre o futuro da esquerda em Rondônia.

Ele mencionou a “fragilização” dos partidos e a “ausência de renovação de quadros” como barreiras: “Precisamos profissionalizar muito as campanhas e praticar crítica e autocrítica.”

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