Alunos do Campus Calama alcançam segundo lugar em prêmio nacional da Samsung “Solve For Tomorrow”

A elaboração de uma biopomada para tratamento da leishmaniose cutânea conferiu o segundo lugar a cinco alunos do Curso Técnico Integrado do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Rondônia (IFRO), Campus Porto Velho Calama, quando concorreram no último dia 22 de novembro com outros nove finalistas à 9ª edição do prêmio nacional da Samsung “Solve For Tomorrow” (Respostas para o Amanhã), na cidade de São Paulo.
O Programa Solve For Tomorrow é uma iniciativa da Samsung, desenvolvida no Brasil desde 2014, que incentiva alunos e professores da rede pública de ensino a desenvolverem soluções para problemas locais por meio da abordagem STEM (sigla em inglês para Ciências, Tecnologia, Engenharia e Matemática) e que auxilia os participantes por meio de webinars, workshops e mentorias a alcançar os objetivos propostos no projeto inicial.
Orientados pelas professoras de Química Minelly Azevedo Silva e Márcia Bay, o grupo formado pelos jovens Sophia Nunes Alves, Ana Clara de Sousa Mendes, Kauê Eduardo Leite Moret, Laura Lauany Prestes dos Santos e Hugo Rodrigues da Silva trabalhou por cerca de seis meses na pesquisa e no desenvolvimento do projeto de iniciação científica, contando com a mentoria da Samsung, atividade que fortaleceu a proposta tanto para os alunos quanto para os professores envolvidos, conforme destacou Minelly, explicando o auxílio que o mentor proporciona, impulsionando todo o grupo para a busca dos resultados almejados.
A escolha de uma biopomada para tratar a leishmaniose cutânea se deu em razão da região apresentar um número elevado de casos da doença, principalmente nas áreas rurais, em locais distantes de centros de tratamento e a pomada liberar substâncias capazes de eliminar o parasita e curar a ferida causada pela doença.
Laura Lauany fala da sensação satisfatória e gratificante em participar do grupo: “Só em termos chegado entre os três primeiros finalistas do júri técnico, já compensou todo o tempo em que trabalhamos no projeto”, destaca, sendo seguida por Sophia Alves que conta ter sido muito bom. “É inexplicável”, diz ela, destacando que a jornada fez reunir grupos diferentes e que o resultado alcançado foi “gigante e gratificante”.
Para Hugo Rodrigues da Silva, o prêmio foi “a cereja do bolo”. Segundo ele, compensou pelos dois anos de pandemia em que estiveram fora da escola, acompanhando as matérias de casa. “Estamos fechando o ano com chave de ouro”, disse, empolgado e satisfeito, pois foi dele uma das primeiras ideias em desenvolver a biopomada, pelo fato de seu pai já haver sido acometido pela doença.
Kauê Moret também destaca a amizade desenvolvida pelo grupo. “Foi difícil no começo, mas depois nossa comunicação melhorou muito e desenvolvemos um trabalho interessante, esplêndido”, afirmou.
Ana Clara Mendes também falou emocionada sobre a interação diferente e gratificante do grupo que “solidificou a amizade. Tudo foi importante: a viagem, o prêmio”, disse, e na condição de poder definir o que quer fazer no futuro, tendo se decidido para o ramo da pesquisa. Declarou que quer ser cientista e vai se inscrever para cursar Engenharia Química no IFRO. Segundo ela, “é muito importante pensar no lado ambiental. Na Amazônia pode estar muita coisa a ser descoberta para a cura de doenças e temos que considerar sempre o conhecimento popular”, afirmou Ana Clara.
De acordo com a professora Márcia Bay, a biopomada agora passará por testes de permeabilidade e de toxidade e ela espera que até o mês de abril do próximo possa apresentar resultados satisfatórios, seguindo os protocolos da farmacologia. Ela também destaca uma nova visão de vida para os alunos que “podem ver a teoria sendo transformada na prática e muitas oportunidades para se fazer pesquisa”. A professora também destaca o IFRO como o único Instituto Federal no Brasil que foi classificado entre os três projetos finalísticos e a satisfação em desenvolver produtos que possam auxiliar a comunidade local.
Para a Professora Minelly Azevedo Silva “foi uma oportunidade muito boa de poder proporcionar aos alunos uma experiência que contribua não somente para a formação e que desperte na escolha profissional, em que eles podem optar em seguir para diversos ramos, seja na área da saúde ou das engenharias, destacando que o IFRO proporciona desenvolver projetos em todas as áreas, estimulando o senso crítico, a criatividade e a colaboração entre os alunos”. Para a professora, a conquista do 2º lugar é uma afirmação de que está trabalhando de forma correta, “uma vez que não é fácil fazer educação pública, com todos os cortes de recursos e muitas coisas que podem não dar certo”. Ela também lembrou o empenho dos alunos que permaneceram dois anos estudando em casa e que num só ano tiveram que multiplicar esse esforço para que o ensino não fosse precarizado. Também elogiou o esforço da Samsung com esse projeto que envolve outras disciplinas, estimulando-os a desenvolver ao mesmo tempo outras habilidades e competências.
“Iniciativas dessa natureza favorecem para que o resultado de pesquisas de iniciação científica chegue mais facilmente ao conhecimento da sociedade”, pontuou o Diretor-Geral do Campus Calama, Leonardo Pereira Leocádio. Ele recomendou ao Departamento de Pesquisa para que chamasse os grupos e estimulasse a participação no Solve For Tomorrow, pois já conhecia o programa desde quando ministrava a disciplina de Edificações em 2017. “Acreditamos que esses projetos fortalecem a participação de nossos alunos e também a atuação e o acompanhamento dos professores, trazendo distinção ao trabalho realizado pela instituição, além da obtenção dos prêmios”, destacou.
Fonte: Assessoria
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