Neste domingo (27), Mariana Carvalho (União Brasil) comentou sobre a derrota na disputa pela prefeitura de Porto Velho. Ao lado de apoiadores e do vice, Pastor Valcenir (PL), a ex-candidata destacou que pretende acompanhar de perto as ações da nova gestão e afirmou que seguirá trabalhando pelo município, inclusive junto aos vereadores eleitos.
“Vou continuar por esse combate por uma Porto Velho melhor ao lado de todos, para também fazer com que todas as promessas do candidato eleito possam ser cumpridas e estarei ao lado da Câmara de Vereadores, trabalhando para que a gente possa fazer uma Porto Velho cada vez melhor”, comentou.
Durante a entrevista, Mariana atribuiu parte da sua derrota à propagação de fake news que, segundo ela, afetaram sua imagem e dificultaram o combate às desinformações no período eleitoral.
“Estou com o meu coração em paz e muito tranquilo. Não foi uma campanha fácil desde o primeiro turno, por estar liderando as pesquisas. Fui vítima de muitas fake news, de muitas inverdades que, infelizmente, nem todas conseguiram ser combatidas a tempo. Mas o que eu posso deixar claro é que jamais faria uma campanha pautada em mentiras apenas para ganhar uma eleição”, apontou.
Mariana também falou sobre o índice de abstenção, que ultrapassou 30% no pleito deste domingo e apontou a ausência de eleitores como um dos fatores que influenciaram o resultado. Segundo a candidata, a baixa participação prejudica a representatividade e a legitimidade do processo.
“Hoje tivemos um dia atípico, com uma chuva inesperada em Porto Velho e nos distritos. A abstenção passou dos 30%, o que é algo muito ruim e atrapalha todo o processo eleitoral. Isso reflete diretamente na representatividade da escolha e dificulta o andamento do que planejamos para Porto Velho”, disse.
Mariana ressaltou que pretende manter sua atuação política, agora como fiscalizadora das ações da futura administração. Além disso, ela afirmou que seguirá à frente de suas empresas e que está grata pelos votos recebidos, vendo isso como um sinal de confiança do eleitorado.
“Não vamos parar por aqui; é um até logo”, finalizou.
Virada no jogo
Mariana acompanhou a marcha de apuração dos votos de casa, junto da família e também do vice, Valcenir. O resultado da eleição saiu às 16h35 (horário local) com 92,89% das urnas apuradas. Léo tinha 56,30% de votos e a Mariana 43,70%, no momento em que o resultado foi definido pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
No primeiro turno, Léo obteve 25,65% dos votos válidos (64.125 no total), enquanto Mariana teve 44,53%.
Mariana fez um com amplo leque de alianças políticas, em uma coligação formada por 11 partidos, chamada “Somos Todos Porto Velho”: Republicanos, PP, DC, PRTB, PRD, PL, Agir, União, PSD, Avante e Federação PSDB Cidadania.
Todos os 23 vereadores eleitos em Porto Velho fazem parte da coligação que Mariana fez parte. A candidata recebeu a maior quantidade de votos no primeiro turno, mas não o suficiente para encerrar a disputa. No segundo turno, Mariana recebeu apoio da maior parte dos outros candidatos.
Mariana liderou as pesquisas no primeiro turno, mas não compareceu ao debate feito pela Rede Amazônica no dia 4 de outubro. Ainda assim, ela recebeu a maior quantidade dos votos. Em entrevista ao g1, a candidata alegou que decidiu não participar porque estava sendo “atacada” pelos adversários e disse que não se arrependia da decisão.
Ainda na véspera e madrugada do dia de eleição, uma chuva de mais de 140 mm caiu em Porto Velho e deixou a cidade completamente alagada. Léo gravou um vídeo, na chuva, em meio à rua encoberta por água, criticando a atual gestão em relação ao asfaltamento sem drenagem, segundo ele.
O vídeo rendeu milhares de visualizações nas redes sociais e foi rebatido pelo prefeito, apoiador de Mariana, que foi até o mesmo ponto e disse que a chuva caiu em uma quantidade muito significativa em poucas horas.
Trajetória Mariana Carvalho
Mariana Carvalho nasceu em São Paulo em 26 de novembro de 1986, durante uma viagem de sua mãe à capital paulista. Filha do psiquiatra Aparício Carvalho e de Maria Sílvia Carvalho, jornalista e advogada, Mariana cresceu em Porto Velho e herdou o gosto pela política do pai, que foi vereador, deputado federal e vice-governador de Rondônia.
Mariana iniciou sua trajetória acadêmica em Direito pelo Instituto Luterano de Ensino Superior de Porto Velho (Ulbra) e também se formou em Medicina pela no Centro Universitário Aparício Carvalho – Fimca.
Ingressando na política aos 16 anos, Mariana se filiou ao Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB), onde foi presidente do PSDB Jovem de Rondônia, secretária nacional de políticas para mulheres jovens e vice-presidente nacional do partido.
Em 2008, aos 22 anos, foi eleita vereadora de Porto Velho com pouco mais de mil votos. Na eleição seguinte ela concorreu à prefeitura de Porto Velho e obteve 41.673 votos (17,88%), ficando em terceiro lugar na disputa.
Em 2014, Mariana foi eleita deputada federal com 60.324 votos, sendo a terceira mais votada do estado. No mesmo ano, seu adversário na eleição atual também foi escolhido para assumir uma cadeira Câmara dos Deputados.
Em 2018, foi reeleita deputada federal com 38.776 votos (4,95% dos válidos), continuando sua trajetória de atuação política.
Em 2022, dois anos antes de tentar a prefeitura de Porto Velho, Mariana se candidatou como senadora por Rondônia, mas não foi eleita.
Fonte: G1
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