Essa preocupação com a temperatura global não é uma coisa nova. Tanto é que em 2015 foi assinado o Acordo de Paris, que criou metas para os países conseguirem manter o aquecimento global abaixo de 2°C, e idealmente o limitando em 1,5°C.

Nesse acordo, os países ricos deveriam garantir um financiamento de 100 bilhões de dólares todo ano, e os compromissos firmados deveriam ser revistos a cada cinco anos.

No final do ano passado, a COP 28, a Cúpula do Clima da ONU, selou um compromisso para acabar com o uso dos combustíveis fósseis em uma tentativa de limitar a temperatura.

Por mais que esses dados sejam públicos, muitas pessoas não compreendem o que eles representam. E a realidade é que o debate a respeito da temperatura global deve crescer nos próximos anos, até porque a humanidade está bem perto de ultrapassar a temida barreira dos 1,5°C.

Recordes de temperatura

De acordo com o Programa Copernicus, da União Europeia, 2023 foi o ano mais quente da história. Ou pelo menos, o mais quente visto nos últimos 125 mil anos. Para se ter uma noção, a média dos 365 dias ficou 1,48°C acima dos níveis pré-industriais.

Além disso, em 2023 o mundo também passou, de maneira inédita, a marca preocupante dos 2°C no dia 18 de outubro. Como se isso já não fosse alarmante o suficiente, segundo vários cientistas, 2024 será ainda pior. A tendência é que esse ano a média de aquecimento anual deve passar de 1,5°C.

Mesmo que isso aconteça, é importante ressaltar que não quer dizer que o Acordo de Paris fracassou de vez. Isso porque a Organização Meteorológica Mundial (OMM) só considera recortes de 20 em 20 anos. Por isso que será preciso vários anos em sequência para que a marca negativa seja batida.
Influência

De acordo com os cientistas, o aquecimento acelerado que está sendo visto tem uma influência direta do El Niño. Isso porque ele muda a temperatura da água no oceano pacífico, o que tem um impacto no clima do mundo todo. Por isso que depois que esse fenômeno climático passar a tendência é que seja vista uma queda na temperatura.

Mesmo assim, essa queda deve ser pequena, já que as mudanças climáticas são um reflexo principalmente das emissões dos gases de efeito estufa. E mesmo que a ultrapassagem dos 1,5°C não dure muito tempo, os cientistas pontuam que 2024 servirá como uma espécie de previsão para o que a humanidade deve esperar no futuro.

Possíveis consequências

As consequências que o aquecimento global pode causar no nosso planeta são diversas. Por isso que a Organização das Nações Unidas (ONU) e vários grupos de cientistas fizeram uma lista com um conglomerado de tópicos. São eles:Os ecossistemas estarem à beira de um colapso.

Aquecimento da temperatura dos oceanos, prejudicando os recifes de corais. Consequentemente, milhões de criaturas ficarão sem habitat.

Extinção de várias espécies, como por exemplo, peixes. Sem eles, as espécies que se alimentam deles irão morrer de fome.

Derretimento das geleiras do Ártico e da Antártida.

Elevação do nível do mar, o que pode desaparecer com cidades litorâneas e ilhas.

As ondas podem ser de duas a três vezes maiores do que as vistas hoje nas regiões continentais.
Com o aquecimento global atingindo 1,5°C ou 2°C, a probabilidade de secas extremas, falta de chuva e riscos relacionados com isso deve aumentar.

Temperatura alta e pessoas

Como os humanos são mamíferos, somos animais de sangue quente. Além disso, temos um mecanismo interno de regulação de calor, em que o corpo tende a fazer de tudo para manter uma média de temperatura aproximada de 36,5°C. Quando a pessoa é exposta a uma grande quantidade de calor, medidas são tomadas para resfriar o corpo, sendo a mais comum o suor.

Desidratação

Quando a pessoa sua é óbvio que ela está perdendo líquido. Então, se a água que foi perdida nesse processo não for reposta a pessoa pode ficar desidratada. Isso, dentre outras consequências, faz com que o volume de sangue circulando diminua e interfere na pressão arterial. Além disso, o sangue também fica mais espesso e todos esses fatores aumentam as chances de ele coagular.

Problemas cardiovasculares

Para tentar dissipar o calor, o coração bombeia mais rápido. Justamente por isso que as pessoas que têm problemas cardíacos quando acontece um aumento grande de temperatura têm mais chances de ter infarto, arritmia, AVC e entupir veias.

Distúrbios nervosos e musculares

O suor em excesso também desbalanceia a quantidade de eletrólitos nos fluidos corporais, isso pode ter efeito nas funções musculares e nervosas. Nos casos mais graves, as consequências são convulsões, espasmos cardíacos e dificuldades para respirar.

Hipertermia e falência dos órgãos

Se a pessoa chegar ao ponto de uma desidratação severa, o corpo começa a guardar o resto de água e diminui o suor. Quando o suor para, ou o clima está muito quente e úmido para que ele funcione, a temperatura do corpo aumenta. Se ela chegar nos 42°C, começa a desnaturação das proteínas, o que leva à falência dos órgãos e prejudica as células nervosas, podendo levar à morte.

Fonte: Fatos Desconhecidos