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Copom deve aumentar a taxa básica de juros para 3,5% ao ano

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) se reúne na próxima semana para definir o rumo da taxa básica de juros. E a expectativa dos analistas é de que o Comitê cumpra a promessa de elevar a taxa Selic de 2,75% para 3,5% ao ano, por conta da pressão inflacionária. O mercado, contudo, está de olho no comunicado do Copom, para saber até onde deve ir a alta dos juros neste ano.

“O BC foi muito claro na comunicação, de que pretende dar 0,75 ponto percentual, a menos que houvesse uma piora grande dos fundamentos. E o que vimos de lá para cá foi um IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) um pouco melhor na margem e o fim do impasse do Orçamento. Não foi a solução ideal, mas foi uma solução. Então, não vemos uma piora adicional que justifique uma alta maior da Selic”, explicou o superintendente de investimentos da Infinity, Camilo Cavalcanti.

“O Copom deixou muito explícito que o ajuste seria de 0,75 ponto percentual, e as mudanças que ocorreram desde então foram muito marginais. Então, a decisão dessa reunião parece ser ponto pacífico. A discussão mais interessante estará na sinalização dos próximos passos do colegiado”, acrescentou o economista-chefe do Banco Original, Marcos Caruso.

Caruso lembrou que o BC começou a subir os juros para conter a alta da inflação, mas também indicou que faria uma “normalização parcial” da Selic neste ano. Isto é, não subiria a Selic a ponto de chegar à taxa neutra, que hoje está em torno de 6% a 6,5%. O economista diz, no entanto, que essa normalização pode ter que ser mais dura, já que a inflação segue em alta. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a inflação acumulada em 12 meses foi de 4,52% no fim de 2020, mas já bateu 6,10% em março. E os analistas acreditam que ela ainda vai chegar perto dos 8% em meados deste ano, embora deva desacelerar para 5% no fim do ano.

Economista-chefe da Reag Investimentos, Simone Pasianotto também acredita que, diante da pressão inflacionária, a alta dos juros terá que ser mais dura do que o projetado inicialmente. Por isso, não descarta uma surpresa nesta reunião do Copom. “O consenso é de que a Selic vai subir em 0,75 ponto agora, mas eu não descarto a possibilidade de o comitê optar por uma alta de 1 ponto percentual. O comitê gosta de surpreender. Na última reunião, por exemplo, o mercado esperava uma alta de 0,50 e o comitê surpreendeu”, lembrou Simone.


Fonte: CORREIO BRASILIENSE

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