
A greve deliberada pelo Sindicato dos Professores do Estado de Rondônia (SINTERO) pode afetar a rotina de 170 mil estudantes da rede estadual de educação, de acordo com o Governo de Rondônia. Rondoniaovivo entrevistou Dioneida Castro, presidente do sindicato, nesta terça-feira (5). A Secretaria do Estado da Educação (Seduc) emitiu nota sobre a paralisação.
A paralisação foi discutida no dia 31 de julho, durante uma assembleia do sindicato. O objetivo do SINTERO é negociar as propostas apresentadas pela Mesa Estadual de Negociação Permanente (MENP) para adequações favoráveis aos profissionais de educação. Reajuste em auxílio de alimentação e transporte, recesso de técnicos educacionais, equiparação salarial, titularidade e concursos públicos são as principais reivindicações da classe.
Para iniciar a greve, o sindicato precisa aguardar pelo menos 72h para cumprir os requisitos da legislação brasileira. O prazo termina nesta quarta-feira (6). Neste meio tempo, o Governo do Estado pode negociar e evitar a greve mas, de acordo com a presidente do Sintero, a Seduc não tem dialogado com o movimento. “O Governo do Estado está em silêncio. Nós encaminhamos documentação, ofícios, solicitamos que continuem as tratativas e propostas de avanço possíveis para evitar um movimento paredista [de greve], mas o Governo do Estado está totalmente silencioso”, afirma Dioneida.
Em nota disponibilizada ao Rondoniaovivo, a Seduc afirma que ‘mantém o compromisso com o diálogo, dentro dos limites legais e orçamentários, sempre com foco na valorização da categoria’. A presidente do sindicato avalia as propostas do Governo do Estado como ‘insuficientes, insatisfatórias e irrisórias’. “O Sintero tenta tudo, e a categoria espera que o Governo do Estado se sensibilize, converse, e responda de forma que a categoria aceite e se veja valorizada, para que o movimento paredista não se concretize e para que não se estabeleça esse prejuízo para a sociedade e para os profissionais”.
Caso a paralisação aconteça, não existe prazo para o fim do movimento – como é de praxe para greve de professores. “A categoria da educação tentou o diálogo, esgotou todas as formas de negociação com o Governo do Estado. Nós só estamos indo para o movimento paredista porque durante sete anos do governo Marcos Rocha nós recebemos o mínimo — e ele ainda diz que faz muito. Queremos valorização, não só discurso político”, finalizou a presidente.
Em nota, o Governo do Estado afirma que tem ‘investido em formação continuada, infraestrutura escolar, transporte fluvial e programas que fortalecem a educação pública’. O posicionamento oficial pode ser conferido na íntegra abaixo.
Nota
O Governo do Estado de Rondônia, por meio da Secretaria de Estado da Educação (SEDUC), informa que, no dia 31 de julho de 2025, realizou reunião com a Mesa Estadual de Negociação Permanente (MENP) e representantes do SINTERO, SINPROF e SINTAE, apresentando uma proposta concreta de valorização dos profissionais da educação da rede estadual.
Entre os pontos apresentados estão:
— Reajuste do auxílio-alimentação para R$ 500,00;
— Instituição de auxílio-transporte de R$ 200,00, destinado a todos os servidores da educação que recebem até quatro salários mínimos, considerando as verbas que incidem para fins de imposto de renda;
— Implantação dos benefícios em setembro, com retroativo a agosto;
— Concessão de 10 dias de recesso escolar a técnicos educacionais;
— Concurso público unificado para técnicos e professores previsto para 2025;
— Parecer da SEGEP sobre equiparação salarial entre Técnicos Nível I e II previsto para 07/08;
— Pagamento de abono a todos os profissionais da educação em dezembro de 2025.
Diante disso, a SEDUC lamenta a decisão de greve anunciada pelo SINTERO, prevista para iniciar em 6 de agosto, por entender que compromete o calendário escolar, prejudica mais de 170 mil estudantes e afeta a rotina de milhares de famílias.
A atual gestão tem promovido avanços históricos na valorização da categoria, como:
— Cumprimento integral do Piso Nacional do Magistério desde 2019;
— Reajuste de 297% na gratificação dos técnicos educacionais (de R$ 126 para R$ 500);
— Reajuste de 110% na gratificação de docência dos professores (de R$ 620 para R$ 1.300);
— Aumento de 105,36% no vencimento base de professores Classe C – Ref. 1 entre 2018 e 2025;
— Crescimento de 95% na remuneração de professores com pós-graduação no mesmo período;
— Pagamento recorde de R$ 442 milhões em licença-prêmio (2019–2025), contra R$ 55 milhões entre 2001 e 2018.
Além disso, o Governo tem investido em formação continuada, infraestrutura escolar, transporte fluvial e programas que fortalecem a educação pública.
A SEDUC reafirma seu respeito aos profissionais da educação e mantém o compromisso com o diálogo, dentro dos limites legais e orçamentários, sempre com foco na valorização da categoria e na garantia do direito à educação de qualidade para todos os estudantes de Rondônia.
Fonte: Rondoniaovivo
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