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NADA SE SOBREPÕE AO TRÍPLICE PILAR: FORÇA, PODER E RAZÃO

Por Juvenil Coelho

Múltiplos são os contornos linguísticos formalizados na essência da vasta sabedoria humana que expressam soberanas linhas de pensamento. Todavia, nenhum deles retrata com tamanha precisão e esmero a onipotência universal quanto este tríplice pilar: Força, Poder e Razão.

Essa concepção está profundamente sedimentada em uma cultura eminentemente religiosa, cultivada há séculos, sobretudo nas nações ocidentais, nas quais se acredita e se difunde que todas as coisas emanam de um eixo central, superior e sobrenatural, responsável por ditar normas e procedimentos que regem o universo.

É dessa matriz cultural que decorre a expressão bíblica: “O que está ligado no Céu também está ligado na Terra”.

Em consonância com tal premissa, decorre a convicção de que o Poder se estabelece sempre mediante a permissão divina. Assim, as autoridades constituídas também o são sob a égide e a bênção da soberana vontade divina.

No que concerne à Força, observa-se que, com seu magnetismo peculiar de interferência e ação, ela atua como elemento subsidiário do exponencial poder, compondo-se como parte indivisível e indispensável de sua estrutura. Onde há poder, impõe-se, por consequência lógica, o exercício legítimo da força.

No plano material, a força manifesta-se nos estritos limites da legalidade, com a finalidade precípua de manter a ordem pública, o equilíbrio e a estabilidade do Estado Democrático de Direito. Diferencia-se do poder em sua capacidade singular de impor a vontade estatal em situações de coerção, violência, intimidação, balbúrdia ou outros eventos que ameacem a coesão da sociedade organizada.

A Razão, por sua vez, constitui o elemento de equacionamento dos conflitos e impasses, à luz do Direito, orientando as relações jurídicas e sociais em todas as suas espécies. Trata-se de instrumento lógico e argumentativo que baliza o equilíbrio entre direitos e deveres dos cidadãos, garantindo a previsibilidade e a racionalidade do exercício do poder.

Para que não pairem dúvidas acerca da eficácia e da praticidade do poder em nossa existência, pode-se compará-lo ao ciclo das águas: as chuvas torrenciais enchem grotas, rios e lagos, que transbordam para os mares; logo, evaporam e formam novas nuvens, reiniciando o ciclo vital. Assim também se cumpre o papel valoroso do tríplice pilar — Força, Poder e Razão — na sustentação da ordem e da convivência humana.

O autor é analista político e diretor do Instituto Phoenix de Pesquisa.

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