
Agredido por policias militares na porta de casa nessa terça-feira (28/12), em Ceilândia, Marlon Afonso da Silva, 24 anos, está traumatizado com o episódio. Ao Metrópoles o jovem, dono de um pet shop, descreveu os momentos de terror vividos durante a abordagem violenta dos PMs.
Segundo o jovem, ele havia saído para comprar um cartão de memória para o celular e retornava para casa quando sofreu a abordagem. “Entrei e estacionei minha moto. Eles vieram e fizeram a abordagem. Já dentro de casa, levantei minhas mãos”, relembra.
Foi nesse instante que, segundo o jovem, sem nenhum mandando de busca e apreensão, um policial invadiu a residência da família da vítima e iniciou a agressão. “Esmurrou meu peito e me arrastou pela gola da camisa para fora de casa até o asfalto”, conta.
Assista ao momento de parte das agressões:
Devido à violência, Marlon pediu para não ser abordado pelo policial, mas solicitou que fosse levado para a delegacia da região.
“Houve uma falta de profissionalismo e respeito, coisa que mais prezo. Pedi para me levarem para a delegacia, pois saiba que lá tudo seria revolvido”, explica. “Não xinguei, não agi de forma agressiva. Algemaram-me sem nenhum flagrante. Não tenho passagem e ainda levaram a minha moto”, reclama.
As agressões foram presenciadas pelos familiares do rapaz. “Meu avô, minha tia e meu primo estavam em casa. Foi uma coisa que me chocou muito. Eu não sou criminoso, não sou vagabundo, tenho meu próprio trabalho”.
Traumatizado, Marlon tenta entender o que passou. “Infelizmente, eu não sei o que aconteceu com o policial para ele agir daquele jeito. Em nenhum momento agi com desrespeito. Não jantei ontem, pois estou com a boca inchada e com marcas de unha no meu pescoço”, detalha o jovem.
“Se eu não tivesse sido parado na porta de casa, não sei se ficaria apenas naquilo. Eu levantei um pouco com medo, pesando que um deles [os policiais] poderia estar me esperando”, declara Marlon.
Abertura de processo
O advogado do jovem, Marcos André, adiantou ao Metrópoles que entrará com uma ação judicial para reparação de danos. “Os policiais entraram na casa sem um mandando de busca e apreensão. O rapaz apanhou em frente aos avós. A moto dele não apresenta nenhum débito”, ressalta.
“É um coisa que não acontece só comigo, já passei por outras situações de abordagem, mas dessa maneira foi única e vista em público. É muito triste você receber uma ligação da sua mãe chorando”, lamenta Marlon.
Outro lado
Procurada pelo Metrópoles, a Polícia Militar não respondeu aos questionamentos da reportagem. O espaço segue aberto para eventuais manifestações.
Fonte: Metrópoles
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