
A política brasileira, historicamente marcada pelo “toma lá, dá cá”, começa a dar sinais de desgaste em todo o país. A prática, antes naturalizada em ambientes menos favorecidos, entra em decadência diante de uma nova consciência do eleitorado.
Alguns historiadores atribuem ao célebre São Francisco de Assis a máxima “é dando que se recebe”, frase que, em seu contexto, buscava inspirar solidariedade e desprendimento. No entanto, aplicada à política, foi distorcida em um modelo de barganha que não mais encontra espaço na sociedade contemporânea.
Hoje, as cidades se modernizaram, a população se organizou e os cidadãos passaram a exigir mais de seus representantes. O voto útil, nesse cenário, surge como instrumento de reivindicação legítima de direitos e benefícios, em um contexto em que o chamado “espólio bolsonarista” de transferência de votos sofre forte desgaste com a prisão domiciliar do ex-presidente.
Apesar das dificuldades individuais e coletivas, o eleitor mostra maior discernimento, consciente de que o voto é livre e secreto. Pesquisas recentes de institutos especializados apontam essa tendência: cresce o número de brasileiros que priorizam candidatos com ficha limpa, integridade, serviços prestados à comunidade e propostas concretas, em detrimento de práticas clientelistas.
Esse amadurecimento democrático fortalece o país e sua soberania, ainda que medidas como o financiamento público de campanha continuem privilegiando grandes partidos em detrimento das siglas menores.
Em Rondônia, nomes já despontam como potenciais candidatos competitivos à Câmara Federal. Entre eles: Jesualdo Pires, Zequinha Araújo, Wiveslando Neiva, Carlos Magno, professor Heberth Lins, Amir Lando, Airton Gurgacz, Luiz Cláudio, o jornalista Samuel Costa e o pastor Evanildo Cruz. Todos aparecem bem posicionados nas pesquisas e podem ameaçar a atual bancada federal rondoniense nas próximas eleições.
A evolução do eleitorado, cada vez mais exigente, mostra que o bom senso começa a prevalecer sobre a barganha política. Esse movimento indica que, no futuro próximo, a qualidade dos representantes tende a refletir mais fielmente a consciência cidadã.
Juvenil Coelho é analista político e diretor executivo do Instituto Phoenix de Pesquisa
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