
“Ao traidor, resta sempre o rigor da lei; aos traídos, o clamor das perdas e dos danos irreparáveis.”
Convenhamos que, em qualquer ato de traição arbitrária ou não, os rastros da desconfiança imperam e se perpetuam num clima de anormalidade e desrespeito, implodindo a justa decência.
O traidor, por sua natureza, jamais encontrará apoio ou terras férteis para alargar sua diabólica tenacidade. A amaldiçoada traição deixa uma marca indelével, selada no seio da sociedade como uma enfermidade incurável.
Ela corrói as relações interpessoais e coletivas, afetando não apenas os vínculos sentimentais, mas também os negócios, a política doméstica, a convivência familiar e todas as demais esferas da vida contaminadas pelo vírus da impensada conduta traiçoeira.
O peso do pecado e o preço da ingratidão
Por outro lado, o agente traído, privado de seus direitos elementares, permanece na convalescença da alma, à espera de uma improvável justificativa. Mesmo com a indulgência do perdão terreno ou com o cumprimento da pena, o traidor não se livra da pecha da ingratidão um fardo que pesa sobre seus ombros como o tributo do pecado.
Além disso, o traidor perde sua identidade, seu equilíbrio e sua credibilidade junto aos seus pares, vivendo à espreita da misericórdia divina. Assim, é possível afirmar, como regra, que ele fulmina, de forma irretratável, suas parcerias, seus laços afetivos, comunitários e, por vezes, até seus ideais patrióticos.
Lições da história e da fé
A história humana está repleta de exemplos emblemáticos de traição. O mais conhecido deles talvez seja o de Judas Iscariotes, que traiu seu mestre e ídolo maior, Jesus Cristo desfecho trágico que todos conhecemos e repugnamos.
Mas a traição não se limita ao campo religioso: ela corrói impérios, destrói nações e mina a confiança entre povos. Não atinge apenas corpos fere almas, compromete destinos e enfraquece a esperança.
A raiz do mal e a crise de valores
É bem verdade que o egocentrismo humano não tem limites. De certa forma, somos levados pelo estigma do livre-arbítrio, que nos incita e sentencia a atos diabólicos. Em síntese, os prejuízos de uma traição são incalculáveis e duradouros, pois colocam em risco não apenas valores econômicos e contratos, mas também a confiança, a moral, a ética e a reputação dos envolvidos.
O conceito de traição é multifacetado varia conforme o contexto, as motivações e as circunstâncias, mas há algo inegável em todos os casos: a deslealdade, a infidelidade e a violação dos direitos e princípios mais básicos da convivência humana.
Os novos traidores da pátria
Vivemos tempos em que a fraqueza de espírito e a ausência de princípios humanitários tornaram-se marcas visíveis de muitos. A exemplo disso, vemos hoje os lesa-pátrias, extremistas e impatriotas que, sorrateiramente, tentam trocar seu país por benesses e interesses politiqueiros.
A eles, fica um recado simples, direto e eterno: o crime não compensa.
O autor e analista politico e diretor executivo do Instituto Phoenix de pesquisa descritiva.
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