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PELO ANDAR DA CARRUAGEM, LULA TERÁ A ELEIÇÃO MAIS FÁCIL DE SUA EXPONENCIAL CARREIRA POLÍTICA

Por Juvenil Coelho

Embora ainda pareça prematuro realizar uma avaliação mais aprofundada do cenário sucessório presidencial do próximo ano, muitos indicadores já apontam para uma nova derrota da direita frente ao bloco de esquerda. Essa esquerda, muitas vezes criticada por sua postura combativa, mas reconhecida pela capacidade de se manter unida e solidária, é conduzida com esmero e profissionalismo pelo ex-torneiro mecânico do ABC paulista.

Sem rodeios e com notável intrepidez, o pernambucano Luiz Inácio Lula da Silva, ao longo de cinco décadas, tem se consolidado como estrategista, especialista em marketing político e figura central na difusão midiática. Desde sua eleição para a Câmara Federal, em 1986, Lula já conquistou três mandatos presidenciais e caminha a passos firmes para uma nova vitória nas urnas em 2026.

O êxito de sua trajetória não se deve apenas ao enfrentamento constante com uma oposição ferrenha e embates que lhe renderam robustos dividendos políticos, mas também ao conjunto de obras espalhadas por todos os estados, à política internacional pautada por parcerias sustentáveis no comércio exterior e ao fortalecimento das instituições públicas. Apesar da polarização acirrada e da complexidade de governar um país de dimensões continentais, Lula mantém firme a defesa da ordem social e dos princípios democráticos.

Aos 75 anos, o petista demonstra vitalidade, liderança e capacidade de comando sobre ministros e aliados, todos empenhados em impulsionar o desenvolvimento do país. Esse cenário é reforçado por pesquisas recentes de institutos de credibilidade, que retratam a estabilidade de seu governo e a aprovação de sua plataforma política.

A título de exemplo, a mais recente pesquisa do Instituto Quaest mostra que 46% da população aprovam o governo, contra 33% que o desaprovam. Já no campo das intenções de voto, os números indicam vantagem da esquerda tanto no primeiro quanto no segundo turno. Mesmo com leve desvantagem nas regiões Norte e Sul, o bloco de esquerda se destaca nos dois maiores colégios eleitorais do país: o Sudeste, com 51%, e o Nordeste, com expressivos 63%. No Centro-Oeste, observa-se um empate técnico entre esquerda e direita.

Explicar detalhadamente as razões dessa diferença exigirá análise apurada dos especialistas. Contudo, alguns fatores se sobressaem: a condenação do ex-presidente Bolsonaro; a decisão controversa de seu filho, deputado Eduardo Bolsonaro, ao buscar apoio do ex-presidente norte-americano Donald Trump; e o projeto de lei patrocinado por parlamentares da direita e do centrão que busca restabelecer privilégios e impunidade a membros do Legislativo. Tais episódios vêm sendo percebidos pelo eleitorado como afrontas à cidadania, verdadeiros “tapas na cara” dos representados.

Assim, enquanto a direita não se reorganiza nem apresenta um projeto consistente com a escolha de um candidato viável, a tendência natural é que a esquerda avance, deliberadamente, rumo a mais uma conquista em nível nacional.

O autor é analista político e diretor do Instituto Phoenix de Pesquisa.

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