DestaquePoliciaRondônia

POSSÍVEL DESISTÊNCIA DE MARCOS ROCHA EM CONCORRER AO SENADO MEXE COM O CENÁRIO POLÍTICO RONDONIENSE

Por Juvenil Coelho

Não é surpresa para ninguém que a disputa por uma cadeira no Senado, na próxima eleição, em todo o Brasil, vai ter peso de ouro. Ou seja: a jeripoca vai chiar, como se diz na gíria popular.

Vejam que o ano eleitoral ainda nem começou oficialmente, mas as brigas internas e também externas entre agremiações e blocos partidários já são intensas e acaloradas. Aqui, em nosso estado, o movimento recente tem sido notório e vem dando o que falar: trata-se da aproximação do governador Marcos Rocha com partidos até então avessos às suas escolhas e posicionamentos, mesmo com suas conhecidas tradições direitistas. É o caso do PSD, do Podemos e, por fim, do PSB, partido de esquerda.

Na verdade, o que pode estar por trás dessas tratativas, por incrível que pareça, é sua provável decisão de ficar de fora da próxima eleição possivelmente com o intuito de apoiar um chapão misto, ou melhor dizendo, um bloco que possa se contrapor aos adversários com maior peso político em todos os níveis da disputa.

É evidente que, a esta altura, algum curioso já deve estar se perguntando: “por que essa brusca decisão?”. Bem, a resposta definitiva só o próprio governador poderá dar. Até porque ainda lhe restam cerca de seis meses de bonança, tempo suficiente para repensar seus planos. À primeira vista, a desistência pode parecer discutível, duvidosa ou até pitoresca. Mas, quem sabe, o nobre governante esteja convencido de que “mais vale um pássaro na mão do que dois voando”.

O mais provável, porém, é que como diziam os antigos caciques tupinambás “onde há fumaça, o fogo já queimou”. Há bravatas e indícios que nos levam a essa suposição. Afinal, abrir mão de oito anos de mandato tem peso forte em qualquer avaliação, pois não está em jogo apenas o cargo, mas também toda a equipe de confiança, seus auxiliares e o rebanho de eleitores conquistados em sua curta, mas aplicada, trajetória política.

Além disso, há fortes indícios de que seu sucessor, o atual vice-governador, possa promover uma verdadeira devassa nas portarias e cargos ao assumir o comando do governo. Portanto, que fiquem atentos os apadrinhados que já discutiam sobre novos secretários e outras benesses. É bom deixarem suas barbas de molho, por enquanto, pois o céu é mais alto do que se imagina.

Ademais, as pendências jurídicas e os entraves partidários também podem estar pesando na cabeça do coronel-professor.

No sacolejar dessa narrativa, o que mais chama a atenção é que, prontamente, nomes antes adormecidos voltam à cena política. É o caso de figuras conhecidas que já estiveram em grandes pastas: Fátima Cleide, Amir Lando e Valdir Raupp voltam a acalentar seus sonhos. Da mesma forma, novas lideranças começam a despontar como o atleta e ciclista Pedro Nazareno, o polêmico Cabo Daciolo, que ressurge das cinzas, e, por fim, a nossa líder indígena Neidinha Suruí.

Para aqueles que acreditam piamente que a eleição é uma caixinha de surpresas, não há como desprezar tais convicções. Até porque muitos foram eleitos, Brasil afora, sem qualquer qualificação notável. Mas, no fim das contas, o que se espera é, ao menos, uma renovação nos quadros parlamentares já que, hoje, temos uma bancada federal ineficiente, talvez a mais fraca da história do estado.

Diante dos novos fatos, o Instituto Phoenix entra em campo para uma nova rodada de pesquisas, com vistas aos pleitos majoritário e proporcional.

Por fim, não custa lembrar ao eleitor que seja mais cuidadoso na hora de escolher seus representantes. Que deixe de lado a mania da polarização e busque avaliar os valores, a moral e a ética dos candidatos para o bem geral da nação.

O autor é analista político e diretor do Instituto de Pesquisa Phoenix.

Comentários

Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo