Solto, ‘Doutor Bumbum’ cria associação de vítimas de erro hospitalar

O médico Denis Cesar Barros Furtado, conhecido como Doutor Bumbum, criou uma associação para acolher vítimas de erro hospitalar. Réu no processo que apura a morte da bancária Lilian Calixto, em julho do ano passado, Denis, que saiu da prisão em janeiro deste ano, afirma estar sendo acusado injustamente, pois, segundo ele, a vítima morreu por conta de um erro hospitalar.

A associação, que funciona em um ambiente virtual, já tem quase três mil membros no Brasil e no exterior. Denis contou em entrevista a “O Globo”, que decidiu prestar consultoria, “de forma gratuita e voluntária”, a vítimas ou a pessoas que temem eventos ocasionados por atendimento hospitalar após ter sido acusado da morte da bancária e por já ter sido vítima de erro de atendimento.




“Precisamos conscientizar as pessoas que todos podem de uma hora para outra precisar de um hospital e de um correto atendimento médico hospitalar, porém, não existe no Brasil um índice de qualidade hospitalar, sendo isso apenas subjetivo. Não é porque estamos em um hospital que estamos salvos e livres da doença ou de uma complicação por eventos adversos. Hospitais erram, médicos erram e precisa ter alguém que alerte para isso”, explicou, citando uma pesquisa da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), que aponta três fatalidades com pacientes em hospitais a cada cinco minutos.

De acordo com o Doutor Bumbum, Lilian, de 46 anos, foi vítima de um erro de atendimento no hospital particular para onde foi levada. Ela passou mal um dia de realizar um procedimento estético na cobertura do médico, na Barra da Tijuca, no Rio.

A bancária foi submetida à aplicação de uma substância chamada PMMA — um derivado de acrílico — nos glúteos. Ela foi levada por Denis a um hospital particular, onde teve quatro paradas cardiorrespiratórias e morreu horas depois.

O laudo de necrópsia produzido pelo Instituto Médico Legal (IML) atestou que a causa da morte foi uma embolia pulmonar, mas um laudo elaborado a pedido da defesa de Denis aponta que Lilian foi vítima de um “enfarte miocárdico agudo”, sem relação com a aplicação de PMMA.

Denis, que responde por homicídio doloso, teve a sua prisão trocada por medidas cautelares e o registro profissional cassado pelo Conselho Federal de Medicina (CFM).

Em nota, a Rede D’or, a qual pertence a unidade que atendeu Lilian, informa que “a paciente deu entrada na emergência do hospital, no dia 14 de julho, às 23h, em quadro extremamente grave, não responsivo às manobras de recuperação de acordo com os protocolos médicos necessários ao caso, evoluindo a óbito, às 01h, do dia 15 de julho. Foi prestado o atendimento adequado e preciso à situação da paciente. O caso foi detalhadamente informado às autoridades competentes e está sob apuração nas devidas instâncias”.

Fonte: NOTÍCIAS AO MINUTO