Pandemia faz aumentar número de sepultamentos em Cerejeiras; abril tem o maior índice de enterros da história do município

Guia de sepultamentos mostra que abril de 2020 teve menos que metade do mesmo mês deste ano

Foto: Divulgação

Aumentou, de forma exponencial, o número de sepultamentos no único cemitério de Cerejeiras. Uma longa investigação do FOLHA DO SUL ON LINE, que levou um mês de apuração, constatou que a pandemia mexeu, para cima, com os índices de enterros no município.

Segundo um agente funerário de Cerejeiras, a média de sepultamentos no Cemitério Cristo Redentor é de cinco a quinze ao mês. Neste mês de abril, somente por Covid, já foram mais de 20 sepultamentos.
A reportagem teve também acesso ao guia de sepultamentos da Prefeitura de Cerejeiras. O documento mostra que foram realizados 98 enterros no cemitério municipal durante todo o ano de 2020.

O documento, conseguido pelo FOLHA DO SUL ONLINE através da legislação que garante acesso à informação, também revela que os números de sepultamentos no município variam muito de mês para mês e são maiores na segunda metade de ano. Por exemplo, em maio de 2020, houve sete sepultamentos. Já em setembro, o mês com o maior número de enterros, foram 18. No mês de agosto, que é considerado uma época de “azar” na cultura popular, o número caiu para sete. O mês de janeiro teve o menor número: só dois.

O ano de 2020 terminou com sete mortos por Covid-19 no município, segundo o Boletim Epidemiológico do dia 31 de dezembro. Apesar de ser um número triste, evidentemente, mas nada se compara a abril, que só no dia 1º registrou a morte de cinco cerejeirenses pela doença.

No mês de abril de 2020, houve sete sepultamentos no cemitério do município. No mesmo mês deste ano, já foram 18, só pela doença provocada pelo novo Coronavírus.

Os dados de 2021 ainda não estão disponíveis no guia de sepultamentos. Mas, segundo os coveiros e os agentes funerários ouvidos pela reportagem, abril foi o mês com o maior número de sepultamentos da história do município – e todos são unânimes em responsabilizar a pandemia por esta alta expressiva se sepultamentos.

Entretanto, por questão de clareza, convém explicar que, além da Covid-19, houve outras causas de mortes em todos os períodos investigados pela reportagem, seja em 2020 ou em 2021.


Fonte: Folha do Sul