Remédios para emagrecer estão em alta, mas os riscos à saúde acendem um alerta
A busca por remédios para emagrecer cresce com promessas rápidas, mas levanta debates sobre riscos, efeitos colaterais e alternativas seguras

A popularização de medicamentos para emagrecimento como o Mounjaro, que viralizou nas redes sociais e chegou recentemente ao Brasil, acendeu o alerta de especialistas da área da saúde. A promessa de resultados rápidos sem a necessidade de grandes mudanças no estilo de vida é tentadora, especialmente quando o produto conta com a divulgação de celebridades e influenciadores digitais.
Assim como o já conhecido Ozempic, o Mounjaro pertence à classe de medicamentos originalmente desenvolvidos para tratar o diabetes tipo 2, mas que passaram a ser utilizados para perda de peso.
Essa nova onda de soluções farmacológicas para emagrecer vem sendo encarada por muitos como uma alternativa fácil e eficaz. Mas até que ponto essa popularidade está alinhada à segurança do paciente?
O uso de remédios para emagrecer em alta
Com a chegada de novos medicamentos no mercado e a crescente popularidade das redes sociais, o interesse por soluções rápidas para emagrecimento tem alcançado um novo patamar. Mas essa tendência levanta questionamentos importantes sobre a forma como esses produtos são consumidos e divulgados.
A influência das redes sociais nas escolhas de consumo
O aumento do interesse por medicamentos como o Mounjaro tem forte influência das redes sociais. Plataformas como TikTok e Instagram se tornaram vitrines de “antes e depois”, transformando usuários em propagandistas informais dessas substâncias. A estética valorizada nas redes, somada à narrativa de resultados rápidos, cria uma expectativa difícil de sustentar a longo prazo.
A banalização do uso desses remédios compromete a compreensão do público sobre seus efeitos reais, incentivando o consumo sem prescrição e sem orientação profissional.
Por que medicamentos como Ozempic ganharam tanta visibilidade
Ozempic ganhou notoriedade ao ser usado fora da indicação original — o controle do diabetes tipo 2 — para promover a perda de peso. Esse uso off label, mesmo sem a aprovação oficial para o emagrecimento, atraiu grande atenção do público.
A ação do medicamento atua sobre os receptores do GLP-1, que promovem maior saciedade e controle glicêmico. No entanto, o entusiasmo gerado ignora uma série de contraindicações e efeitos adversos, como náuseas intensas, vômitos, constipação, entre outros.
Quando o uso desses remédios realmente faz sentido
O uso de medicamentos como o Ozempic e o Mounjaro pode ser indicado, sim, mas apenas sob acompanhamento médico. Normalmente, são prescritos a pacientes com obesidade ou com doenças associadas, como o diabetes tipo 2.
Quando o quadro clínico justifica, e há acompanhamento multidisciplinar, esses fármacos podem ser ferramentas úteis e seguras. Fora desse contexto, os riscos superam os benefícios e o efeito rebote é quase certo.
Os riscos por trás da automedicação
O uso de remédios sem prescrição médica carrega consequências que vão muito além de efeitos colaterais imediatos. A ausência de acompanhamento, o desconhecimento das contraindicações e a falsa sensação de controle podem levar a problemas sérios de saúde ao longo do tempo.
Efeitos colaterais comuns e pouco discutidos
Grande parte dos conteúdos que circulam na internet sobre os remédios para emagrecer foca apenas nos resultados. Os efeitos colaterais, que incluem náuseas, diarreia, tontura, alteração no paladar e até pancreatite, são pouco abordados.
A longo prazo, o uso indiscriminado pode comprometer o fígado, os rins e causar distúrbios hormonais sérios. Em alguns casos, pode agravar transtornos alimentares, como compulsão e anorexia.
As consequências da falta de acompanhamento
Sem avaliação médica, o risco de dosagem incorreta, interações medicamentosas e agravamento de doenças pré-existentes aumenta significativamente. Além disso, muitas pessoas deixam de fazer exames preventivos ou ignoram sinais de alerta durante o uso do medicamento.
A ausência de uma equipe que acompanhe o processo de emagrecimento enfraquece a mudança de hábitos, tornando o uso do medicamento uma muleta insustentável com o passar do tempo.
Como o uso indiscriminado pode afetar a saúde a longo prazo
O corpo não está preparado para mudanças metabólicas tão rápidas e forçadas. Quando o emagrecimento não acontece de forma gradual e controlada, o organismo sofre com flacidez, perda de massa magra, desequilíbrio de nutrientes e até impactos psicológicos negativos, como frustração e ansiedade.
Além disso, há registros de casos de pessoas que voltaram a ganhar peso logo após interromper o uso dos medicamentos, o que reforça a importância de abordagens sustentáveis.
Alternativas seguras e resultados duradouros
Quando o objetivo é emagrecer com saúde e manter os resultados ao longo do tempo, é fundamental considerar soluções que respeitem os limites do corpo e ofereçam suporte real à mudança de estilo de vida. Nessa jornada, a combinação de hábitos saudáveis e procedimentos seguros pode fazer toda a diferença.
O papel da alimentação e da rotina física equilibrada
Mudanças reais e permanentes no corpo começam com o entendimento de que a saúde deve ser o foco principal. Alimentação balanceada, rotina de exercícios, sono de qualidade e acompanhamento psicológico são os pilares de um processo eficaz de emagrecimento.
Trabalhar esses aspectos é o que permite manter o peso ideal a longo prazo, sem sacrificar a saúde e o bem-estar.
Quando um procedimento pode ser considerado com responsabilidade
Em situações onde há excesso de pele, gordura localizada persistente ou alterações no contorno corporal mesmo após emagrecimento, a cirurgia plástica pode ser considerada. Mais do que uma escolha estética, esses procedimentos muitas vezes devolvem autoestima e funcionalidade ao corpo.
A abdominoplastia é um exemplo de solução indicada para pessoas que perderam muito peso ou passaram por gestações e enfrentam flacidez abdominal. Realizada por profissionais especializados, com os devidos exames pré-operatórios e cuidados pós-cirúrgicos, a técnica oferece resultados duradouros e seguros quando bem indicada.
Estética, saúde e autoestima devem andar juntas
Buscar mudanças no corpo envolve muito mais do que aparência. Quando falamos em emagrecimento, é essencial considerar os impactos que essas decisões têm no bem-estar emocional e na qualidade de vida. A estética não deve ser tratada como algo superficial — ela pode ser uma aliada importante da autoestima e da saúde mental.
Ao unir cuidados médicos, alimentação equilibrada, prática de exercícios e, quando necessário, procedimentos cirúrgicos bem indicados, o resultado vai além da balança. É sobre viver com mais leveza, energia e confiança.
Fonte: Assessoria – Isabella Miglioli
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