Suspeito de integrar milícia, PM tio de Michelle Bolsonaro é preso

Um dos sete policiais militares investigados por grilagem de terras no Distrito Federal e presos nesta quarta-feira (29/05/2019)é tio da primeira-dama Michelle Bolsonaro.Acusado de participar de uma milícia responsável pelo esquema, o primeiro-sargento João Batista Firmo Ferreira é irmão de Maria Aparecida Firmo Ferreira, mãe de Michelle.A informação foi confirmada ao Metrópoles por fontes da área de segurança pública do DF.

As investigações são conduzidas pela Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) e o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT). A averiguação tenta comprovar que policiais militares seriam milicianos e atuariam para beneficiar o esquema ilegal de parcelamento de terras no Sol Nascente.




O pedido de prisão preventiva de João Batista foi expedido pela Auditoria Militar do Distrito Federal. O MPDFT e a PCDF também cumpriram 15 mandados de busca por meio da primeira fase da Operação Horus, que é acompanhada pela Corregedoria da PM.

João Batista é morador e conhecido na região. Segundo os investigadores, os acusados foram responsáveis pelo surgimento de dezenas de loteamentos ilegais na área. À reportagem, a PMDF afirmou que colaborou com as investigações e que o caso corre sob sigilo de Justiça. O Palácio do Planalto foi acionado, mas não havia se pronunciado até a última atualização deste texto.

A operação esteve sob comando da Coordenação Especial de Combate à Corrupção, ao Crime Organizado, aos Crimes contra a Administração Pública e aos Crimes contra a Ordem Tributária (Cecor)para combater a grilagem de terras do Setor Habitacional Sol Nascente.O MPDFT atua na ação por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco).




A operação é um desdobramento de investigação iniciada na 19ª Delegacia de Polícia (P Norte) há oito anos. Ao longo da apuração, foi identificado, dentro da organização criminosa, um núcleo que atuava como braço armado para cometer crimes relacionados às invasões de terras – entre eles, ameaças e homicídios.

Essa primeira fase é voltada justamente à desarticulação desse núcleo, composto por policiais militares denunciados pelo Gaeco, pelo crime de organização criminosa. De acordo com o MPDFT, eles eram responsáveis por proteger e dar suporte aos grileiros, bem como por comercializar parte dos terrenos. As investigações têm como base informações contidas em inquérito policial militar instaurado pelo Departamento de Controle e Correição da PMDF para apurar os fatos.

A ação foi batizada de Horus – o deus do sol, segundo a mitologia egípcia. É uma referência ao Sol Nascente.

Veja o nome dos PMs presos:

Agnaldo Figueiredo de Assis
Francisco Carlos da Silva Cardoso
Jair Dias Pereira
João Batista Firmo Ferreira
Jorge Alves dos Santos
José Deli Pereira da Gama
Paulo Henrique da Silva




“Véi da 12”

Um dos investigados na Operação Horus é o sargento José Claudio Bonina, conhecido como “Véi da 12”. Promotores e policiais cumpriram um mandado de busca e apreensão na casa dele. Não há mandado de prisão contra o policial.

O militar é conhecido por ostentar uma arma calibre .12. Costuma fazer muitas apreensões de drogas e armas. Nas últimas eleições, ele se candidatou pelo Partido da Mobilização Nacional (PMN) a deputado distrital, mas não foi eleito.

Fonte: Metrópoles

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