Após incômodo das Forças Armadas, general Ramos irá para a reserva

O ministro Luiz Eduardo Ramos anunciou que irá para a reserva

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Titular da Secretaria de Governo, o general Luiz Eduardo Ramos anunciou na noite desta quinta-feira (25) que solicitará na próxima semana sua transferência para a reserva. Com isso, o titular interino da Saúde, Eduardo Pazuello, será o único general na ativa a ocupar cargo no primeiro escalão do governo.

“Venho de público anunciar que entrarei com o requerimento, em 1º de julho de 2020, solicitando minha transferência para a reserva remunerada e, por conseguinte, deixarei a instituição que tanto amo desde que ingressei na Escola Preparatória de Cadetes do Exército em 8 de março de 1973”, disse Ramos em nota.

“No exercício do cargo de Ministro de Estado Chefe da Secretaria de Governo da Presidência da República desde o dia 4 de julho de 2019, permaneci no serviço ativo, ainda que licenciado do Alto-Comando do Exército (ACE) e, dessa forma, apartado de todas as reuniões e decisões estratégicas e administrativas a ele relacionadas”, afirmou o ministro.

Nas Forças Armadas, a permanência do general na ativa era vista com incômodo por estabelecer uma relação direta entre a instituição e o governo.

“Com esta decisão, afasto de forma definitiva e irrevogável, a possibilidade do meu retorno às lides da caserna, o que poderia acontecer até dezembro de 2021, como também, do recebimento de uma nova missão oriunda do Comando do Exército”, disse Ramos, explicitando que seu retorno à Força representava uma “expectativa pessoal”.

O ministro é um dos quatro ministros que atuam no Palácio do Planalto, um andar acima do gabinete do presidente. Além da Secretaria de Governo, a Casa Civil e o GSI (Gabinete de Segurança Institucional) também são comandados por generais, mas já da reserva, Walter Braga Netto e Augusto Heleno, respectivamente. A Secretaria-Geral é comandada por Jorge de Oliveira, oriundo da Polícia Militar.

Luiz Eduardo Ramos disse que aceitou a convocação de Bolsonaro para integrar o governo por considerar que o objetivo da equipe montada por Bolsonaro tinha como objetivo “mudar a história do Brasil e construir um futuro melhor para as nossas próximas gerações”.

“A farda não abafa o cidadão no peito do soldado!”, afirmou Ramos. “Seguirei em frente, com a mesma vocação de soldado que me acompanhou durante toda a vida, como também, com os mesmos princípios e valores adquiridos e alicerçados no nosso Exército de Caxias.”


Fonte: FOLHAPRESS